Um estudo da Asia Foundation conclui que Timor-Leste não precisa, pelo menos para já, de melhorias dispendiosas das infraestruturas do setor de aviação do país, defendendo a aposta, em vez disso, na segurança e conforto dos passageiros.
"Isso contrasta com uma visão em alguns círculos em Timor-Leste de que existe uma necessidade extrema de atualizações imediatas e drásticas para o aeroporto (de Díli) e outras infraestruturas físicas", sublinha.
"A atual capacidade de aviação civil responde às exigências mínimas atuais do país e não deve ser priorizada em relação a outras infraestruturas básicas", sustenta.
O estudo, divulgado pela organização que cumpre este mês 25 anos de ação em Timor-Leste, considera que as melhorias mais importantes poderiam ser conseguidas com "um investimento razoavelmente modesto".
As infraestruturas existentes "parecem responder satisfatoriamente à procura atual", refere a Asia Foundation que analisou a situação de todo o setor de aviação em Timor-Leste.
A organização recorda que todas as empresas com rotas de e para Timor-Leste usam "aviões de baixa capacidade" que apresentam "menos requisitos das instalações aeroportuárias" que se mostram "adequadas para o mercado doméstico de aviação, já que a população que recorre ao transporte aéreo em Timor-Leste é pequena e a procura de voos permanece mínima".
O estudo rejeita que Timor-Leste possa ser alternativa para "companhias aéreas chinesas ou outras estrangeiras", primeiro porque a procura de passageiros não está assegurada e o aeroporto de Díli não pode receber aviões de maiores dimensões.
Transporte aéreo também "não é a maneira mais eficaz de vincular Timor-Leste e a economia global para fins comerciais", refere o estudo, notando que "Timor-Leste ainda não tem produtos e indústrias de alto valor que exigem transporte rápido de carga".
"Timor-Leste seria melhor servido na utilização mais completa da sua capacidade de aviação atual e no desenvolvimento de capacidade básica para o desenvolvimento futuro, pois estes são os desafios mais relevantes atualmente enfrentados pelo setor de aviação", sublinha.
Entre as recomendações o estudo defende que o Governo "deve reorganizar as suas autoridades de gestão da aviação e estabelecer uma unidade de elaboração de políticas específicas".
Deve ainda formular políticas de aviação" que exija que todos os operadores que prestam serviços aéreos domésticos em Timor-Leste se inscrevam como um serviço de aviação timorense".
Atualmente nenhuma das empresas áreas com rotas de e para Timor-Leste é timorense, sendo a ligação com a Austrália assegurada pela australiana Air North, a com a Indonésia assegurada pela Citilink, Sriwijaya e Nam (todas indonésias) e a com Singapura pela SilkAir.
O estudo recomenda ainda "melhorar a capacidade e os serviços de aviação existentes através de investimentos rentáveis" com "soluções de baixo custo que "aumentariam a eficiência" e responderiam suficientemente à procura prevista para os próximos anos.
Deve ainda, segundo a Asia Foundation, fortalecer a segurança das ligações aéreas que mantém com o exterior.
ASP // DM
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