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Professores portugueses em Timor-Leste sem complementos salariais desde o início do ano

Os professores portugueses que estão em Timor-Leste integrados nas escolas de referência e os professores e funcionários timorenses do mesmo projeto estão sem receber complementos salariais desde fevereiro, disseram à Lusa vários docentes.

À semelhança do que tem ocorrido no passado e apesar de o Governo timorense ter prometido que tinha novos mecanismos para evitar o atraso, ainda não foram pagos quaisquer componentes salariais aos professores desde o início do ano letivo.

“É uma situação inaceitável. Todos os anos isto. Como pode haver tanto atraso sempre”, queixou-se uma docente, que pediu o anonimato.

“Chegámos em fevereiro e desde aí ainda não recebemos nada. Um projeto com sete anos e parece que de ano para ano está a piorar em termos de liderança e consideração por parte dos Governos português e timorense”, disse outra.

Uma docente explicou que os professores foram hoje informados pela coordenação do projeto de que o atraso de devia a “burocracias e outros procedimentos”, classificando a explicação como “desculpas de maus pagadores”.

“Todos continuamos a trabalhar com muito profissionalismo e empenho. Mas o ordenado é sempre uma trapalhada”, afirmou.



Instada a explicar a situação, uma porta-voz da equipa de coordenação dos projetos explicou à Lusa, por escrito, que se antecipa que “os pagamentos se concretizem no decurso do mês de junho”, não detalhando exatamente se serão pagos todos os valores em atraso.

Paulina de Jesus explicou no correio eletrónico enviado à Lusa que “o processo dos pagamentos de complementos remuneratórios e outros subsídios aos docentes portugueses do Projeto dos CAFE dentro do Ministério da Educação iniciou-se logo após a chegada dos professores a Timor-Leste, em fevereiro”.

“No entanto, a falta dos originais dos contratos de cooperação e adendas devidamente assinados pelos três outorgantes impediu a continuidade do processo de pagamento. Os documentos originais chegaram a Timor-Leste no mês de abril para a recolha de restantes assinaturas”, acrescentou.

O conjunto dos documentos originais com todas as assinaturas necessárias foi anexado às propostas de pagamentos, seguindo os procedimentos normais em Timor-Leste no dia 28 de abril, disse.

A oficial de logística do projeto referiu que desde 28 de abril “tem havido um esforço de todo o Ministério da Educação para acelerar o processo de pagamentos, com o reforço da equipa de trabalho com elementos do gabinete do Projeto dos CAFE”.

O projeto tem sido afetado todos os anos por vários problemas, tendo as aulas começado mais tarde, tanto este ano, como no ano passado, também por atrasos de Portugal no envio dos professores.

Recorde-se que o protocolo com base no qual os professores são enviados para Timor-Leste prevê que além do salário pago por Portugal, cada um dos professores receba do Governo timorense 1.000 dólares por mês como ajudas de custo, a que se somam mais 100 dólares por cada ano trabalhado no país.

Professores em Díli recebem um complemento adicional de 600 dólares para casa e os que estão nos distritos estão em casas disponibilizadas pelas autoridades timorenses.

ASP // VM
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