O Presidente da República timorense disse hoje que o investimento significativo do Governo no sul do país deve ser aproveitado com o fortalecimento dos setores agrícola e turístico, exigindo uma aposta ainda maior na formação de recursos humanos.
O chefe de Estado falava a cerca de 15 quilómetros da vila de Suai, localizada a cerca de 140 quilómetros sudoeste da capital, onde hoje inaugurou o Aeroporto Internacional Comandante-em-Chefe das Falintil Kay Rala Xanana Gusmão.
"Poder desenvolver rapidamente uma agricultura industrializada nesta área que possui grandes potencialidades agrícolas e, em simultâneo construir estradas adequadas e outras infraestruturas básicas para a satisfação das necessidades básicas do nosso povo", disse Francisco Guterres Lu-Olo.
Considerando a costa sul do país, em que se insere o projeto Tasi Mane, "uma espécie de nova fronteira" de Timor-Leste, Lu-Olo disse que apesar de "ser rica em recursos tem uma densidade populacional baixa".
"A costa sul não está devidamente povoada. Contudo os solos mais férteis estão na costa sul e a riqueza petrolífera está na costa sul", afirmou.
"A construção de grandes infraestruturas aqui demonstra o arranque para a nova fronteira", explicou ainda.
A inauguração decorreu perante várias individualidades timorenses incluindo o presidente do Parlamento, Adérito Hugo da Costa, o chefe do Governo Rui Maria de Araújo, vários membros do executivo e deputados.
Presente e em lugar de destaque esteve também Xanana Gusmão, ministro do Planeamento e Investimento Estratégico que cumpre hoje 71 anos e que, depois da inauguração, participou na vila de Suai na abertura da campanha eleitoral do seu partido, o CNRT, para as eleições legislativas de 22 de julho.
O aeroporto, que começou a ser construído em 2014, insere-se no mais amplo projeto Tasi Mane, de desenvolvimento de toda a costa sul do país.
Este projeto inclui a construção da Base de Apoio de Suai -, zonas logísticas, residenciais e industriais - a refinaria de Betano, uma unidade de processamento de Gás Natural Liquefeito (GNL), um porto, a autoestrada Suai-Beaçu e o gasoduto até ao campo Greater Sunrise, no Mar de Timor.
Na preparação do Orçamento do Estado para 2016 o Governo atualizou o custo total do projeto para 93,7 milhões de dólares.
Para o chefe de Estado o esforço de desenvolver o sul do país "torna relevante a construção de um complexo aeroportuário" em Suai, um investimento que "exige tempo para que se alcancem retornos".
Além de reforçar a mobilidade dos timorenses, tornando mais rápida a ligação entre o norte e o sul do país, o aeroporto exige "o bom desempenho noutros setores de atividade" como o turismo, que pode ser potenciado nesta região, disse.
Lu-Olo recordou que a região viveu grandes massacres durante o período imediatamente após a divulgação dos resultados do referendo de 1999, em que os timorenses escolheram a independência.
O projeto inclui o alargamento e reforço da pista do aeroporto para 1.500 metros de comprimento e 30 de largura, zonas de proteção e de estacionamento, sistema de drenagem e estruturas de segurança do perímetro.
Sistemas de controlo e de apoio à navegação, torre de controlo, estação de meteorologia e o que será, para já, o melhor terminal do país, fazem ainda parte do projeto que, segundo a petrolífera nacional timorense, a Timor Gap, "permitirá aumentar os serviços de passageiros e carga para a indústria petrolífera".
ASP // JPF | Foto TATOLI / António Gonçalves
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